domingo, abril 23, 2006

Tudo o que é bom dura pouco...

Como não há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe, a viagem chegou ao fim.
Mérida e Cáceres não estavam no roteiro original nem como possibilidade remota. Aconteceram...
De Algeciras pretendíamos ir a Cádiz, mas nos deparamos com hotéis cheios e preços altos, então decidimos abandonar a idéia. Fechamos a conta no hotel de Algeciras, deixamos as malas no depósito e saímos em busca de um cybercafé onde pudéssemos pesquisar e decidir nosso destino.
No caminho, uma idéia: Mérida.
Eram 13h35 quando descobrimos que o ônibus para Mérida saía às 14h20.
Munidas de nossos intercomunicadores, nos separamos: Ana caminhou até a rodoviária para comprar as passagens, enquanto eu fui de taxi até o hotel pegar as mochilas. Nos reencontramos na rodoviária, justo a tempo de comprar sanduíches para a viagem e embarcar num ônibus que percorria o território espanhol de norte a sul.
Depois de 7 horas e mais ou menos 400 km, entre moinhos de vento e ninhos de cegonha, com direito a belas paisagens e lindo pôr-de-sol, chegamos a Mérida.
E foi assim que dissemos adeus à cálida temperatura do sul, trocando-a pelo frio de Mérida - Augusta Emérita - fundada por Augusto no ano 25 AC, às margens do Rio Guadiana.
O dia seguinte amanheceu frio e chuvoso. Isso não nos deteve. Saímos pela cidade em busca de um café. Eram 9h30. Tudo fechado. Por fim encontramos El horno de Santa Eulália. Acreditam que a santa padroeira da cidade foi torturada e queimada em um forno e até hoje carrega o seu forninho?
Passamos o domingo visitando ruínas:
  • as do subsolo da basílica de Santa Eulália;
  • as do anfiteatro e teatro romanos do ano 8 AC;
  • as do Fórum de Trajano;
  • as do Templo de Diana com uma residência renascentista encravada entre suas colunas;
  • as escavações de casas construídas no início da era cristã.
Fizemos também uma visitinha à estátua da loba que alimentou Remo e Rômulo, presente da cidade de Roma àcidade de Mérida, que desde 1997 contempla as águas do Guadiana.
Espertinhas, tínhamos visto no dia anterior que havia um ônibus para Cáceres - nosso próximo destino - às 19h10. Decidimos chegar cedo à rodoviária, para comprar a passagem com calma, recolher as malas que havíamos deixado no guarda-volumes no dia anterior, etc. Por volta das 17h começamos a cruzar a gelada e moderna ponte Lusitânia que nos levaria à rodoviária. Aproveitamos o momento para fotografar a ponte romana, antiga, que está mais adiante.
Chegamos à rodoviária às 17h40. O ônibus para Cáceres partia às 17h50. Novo corre-corre. Resgatamos as malas justo a tempo de jogá-las sobre todas as outras que já se encontravam no bagageiro do ônibus.
Sentadas nas duas últimas poltronas de um ônibus de 67 lugares completamente cheio de jovens estudantes, partimos rumo a Cáceres. Quase uma hora de viagem. Nos hopedamos em plena Plaza Mayor da cidade.
Num dia de extrema calma e muito frio, percorremos de norte a sul e de leste a oeste toda a parte monumental de Cáceres. Tudo o que podia ser visto numa 2a. feira, dia em que havia muita coisa fechada por lá, foi visto. Nada escapou aos nossos olhos ou às nossas lentes, nem mesmo as cegonhas em seus ninhos ou as estátuas espalhadas pelas igrejas e pelas ruas...
E ainda houve tempo para uma sessão de comprinhas básicas no comércio cacereño.
Depois do almoço, partimos para a rodoviária. Dessa vez a surpresa ficou por conta das passagens: compramos as últimas duas, que ficavam sujeitas a cancelamento em caso de over-booking (!). Deu certo. Conseguimos embarcar no ônibus das 15h30 sem atropelos nem surpresas. A viagem foi tranqüila e agradável.
No início da noite, chegamos gloriosas à última cidade de nosso itinerário: Madri.
A capital espanhola é ponto obrigatório em todas as nossas viagens à Espanha, por isso já foi exaustivamente fotografada em outras oportunidades. Dessa vez nos dedicamos às azulejadas placas de rua e aos portais de alguns edifícios. Também não deixamos de fotografar a homenagem ao quarto centenário de Quixote.

E assim, no dia 25 de fevereiro, ainda nas asas da Varig, voltamos para casa felizes.

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