terça-feira, setembro 18, 2007

Chegou setembro...

(foto: Ana Oliveira)

Pra começar setembro, chegou ao Brasil Maria Teresa Horta, poetisa portuguesa que veio participar de um congresso na USP e acabou participando de nossas vidas durante os poucos dias em que aqui esteve.
A autora desses versos

Não pretendo mais do que o limite,
que para além do limite
já se entrega

Eu cumpro os meus

limites,
não cumprindo as regras

tornou esse setembro diferente e emocionante. Simples, alegre, bem-humorada e cheia de vida, encantou a todos os que se aproximaram dela.
E quando Teresa partiu para o Rio, também nós pusemos o pé na estrada rumo a São Francisco Xavier. Era o feriadão de 7 de setembro.
São Francisco Xavier é lindinha. Pequena e tranqüila.
Além de suas belezas naturais, a cidade nos brindou com shows de Rubi e Kléber.
A natureza está registrada em poucas fotos, que podem ser vistas clicando nos links abaixo:
Dos shows há um pedacinho nesse clipe:
Continuando, setembro trouxe meu aniversário. E a grande surpresa: a visita de Chico César! Quase não acreditei quando o vi na porta de casa, com Xisto Medeiros e João Linhares.
Como sempre acontece, no dia 15 de setembro espero os amigos com uma comidinha e uma lembrancinha. Nesse ano, éramos 25 pessoas. Comemos macarrão com molho pomodoro e beringela, cuidadosamente preparado pela Di Cunto. Veio de lá também a sobremesa: torta de trufas!
E a lembrancinha que os amigos levaram consigo deverá permanecer sob seus olhos durante todo o próximo ano. Um pequeno calendário magnético, feito especialmente para a ocasião:

Mas comida e "regalito" já são itens esperados nas minhas festas. Inesperada, mesmo, foi a presença iluminada de Chico César.
Outro fato inédito, foi o Parabéns a você. Sempre escapo dele, mas dessa vez não teve jeito, afinal não é sempre que se pode ter "parabéns" cantado até por Chico César! Por sorte escapei da velinha... E foi tudo documentado pela Drika Bourquim:
Todos falamos, rimos, bebemos e comemos juntos. Foi bom demais!
Havia câmeras fotográficas e fotógrafos de plantão, revezando-se na arte de registrar cada momento, cada emoção. O resultado está aí, nesse álbum virtual:


domingo, setembro 02, 2007

Viagem à Turquia - Parte VII - Vendendo e comprando...

A cena acima é do Grande Bazar de Istambul, mas poderia ser do mercado Modelo - baiano - ou do Mercado de São José - pernambucano, não fossem os azulejos e arcos tipicamente turcos que se vê na construção.
Enorme e labiríntico, o Grande Bazar tem de tudo para todos. Grandes negócios podem ser feitos ali. É só ter paciência para procurar e pechinchar. E não há que se preocupar com o idioma. Para vender e comprar vale qualquer língua, do sânscrito ao gestual. Veja como Ana Maria se entendeu perfeitamente com esse vendedor de olhos turcos, aqueles que dão sorte...
Na verdade, nossas experiências com o lendário comércio turco começou já em Pasabagi, na já citada Capadócia.
Ali, logo no primeiro dia de viagem, já travamos relações com os insistentes vendedores turcos. Houve até um que nos deu uma medalhinha pelo simples prazer de colocá-la pessoalmente em nossos peitos...
Desde os tempos mais remotos, os sultões já incentivavam o comércio construindo sólidos refúgios para os comerciantes itinerantes e seus animais. Eram os "caravanserais".
Como descreveu Affonso Romano de Sant'Anna em sua coluna do caderno Prosa & Verso do jornal O Globo de 7 de junho de 2003, A vida é um Caravançarai: "Caravançarai é o nome dado ao local onde as caravanas que atravessam o deserto param para se alojar temporariamente. E aí se encontram pessoas de várias tribos. Encontram-se e contam-se histórias. É quando a vida se assenta em si mesma e reduz-se ao essencial..."
Visitamos o caravançarai de Konya e pudemos sentir o peso da história que passou por ali dia após dias, desde o século XIII.
E, com uma tradição assim tão sólida, os turcos não poderiam deixar de se mostrar comerciantes por excelência.
Aliando isso a outra tradição - os tapetes turcos - testemunhamos uma das mais eficientes formas de comércio que já se viu: a venda de tapetes artesanais aos turistas. Tudo organizadíssimo! Primeiro uma visita à "fábrica", onde se pode observar o processo de confecção dos tapetes.
Em seguida, acomodados em um grande salão e bebericando um vinho ou um chá - tudo à escolha do freguês e às custas do vendedor - tapetes e mais tapetes desfilam diante de nossos olhos admirados e de nossos ouvidos estarrecidos com os preços.
Imagine carregar um tapete desses pelo mundo afora, até chegar ao Brasil! Mas eles têm a solução: embalam e enviam para qualquer lugar do mundo. E tudo isso é explicado fluentemente, na língua do grupo visitante. Marketing perfeito!
Essas fábricas, bem como outras, de jóias, que também visitamos, funcionam em regime de cooperativa e são patrocinadas pelo Estado.
Com as guerras na região, os turistas estiveram sumidos. É hora de recomeçar. Assim, os mais humildes comerciantes das mais remotas cidadezinhas estão sempre a postos com seus produtos, artesanais ou industrializados, animais ou vegetais. Enfim, vale tudo!
Em Çavusin, artersanato em barro. Em Ushisar, a artesã furiosa com a câmera de Ana e o camelo, à espera de um turista que se aventurasse a subir às suas costas usando a escadinha para facilitar a escalada. Enormes pêssegos turcos à venda num posto à beira da estrada, em Konya.
E até a religião enseja o comércio. Em Bursa, a alegre vendedora de terços turcos não se opôs a posar para a foto depois de ter vendido alguns badulaques ao grupo, nas proximidades da Yesil Türbe (Tumba Verde).
E mais! Artísticos mostruários sempre ajudam a vender mais, como é o caso dessas bancas no Bazar das Especiarias em Istambul:
Olhando todo esse colorido, é impossível deixar de levar uma amostrinha pra casa.
Mas, embora os turcos se dediquem ao comércio com bastante afinco, não foram os únicos que cruzaram nosso caminho com suas cores e apelos.
Em Liverpool, não resistimos à Beatles Story - loja de artigos relacionados aos quatro astros locais e mundiais - e gastamos ali umas boas libras em pequenas lembranças.
Em Londres, Sherlock Holmes nos aguardava para uma sessão de compras no Backer Street Emporium.
Na Holanda, frutas e flores disputavam os olhares dos consumidores em potencial.
Na agitada Barcelona, há um templo do comércio que é imperdível para nós: o Mercado da Boquería. Em plena Rambla, uma profusão de frutas, carnes, queijos, peixes...
Foi ali que encontramos uma grande coincidência. Uma peixaria com os nossos nominhos!
Não resistimos à tentação de pedir à dona que nos presenteasse com uma folha das que ela usava para embrulhar sua mercadoria. Mal humorada, como grande parte dos espanhóis, ela concordou. Saímos de lá com o troféu.
Também na Espanha nos fez rir muito o cartaz que vimos nas ruas de Madrid.
Assim, talvez influenciadas por tudo o que o comércio representa em nossas vidas, decidimos nos transformar em garotas-propaganda da Elma Chips. Iniciamos nossa carreira na travessia do Mar de Mármara, incentivando todos a experimentar as delícias dos Doritos a la turca.









Alguém já provou?
Mais algumas fotos, que ilustraram a primeira versão desse relato, enviada aos amigos em dezembro de 2004, estão no álbum abaixo: