quinta-feira, julho 16, 2009

Lothlorien, eu fui...

Minha amiga Licia Maria esteve recentemente na Chapada Diamantina. Fez belas fotos,que colocou num álbum com legendas pra lá de poéticas.
Por e-mail, contou-me as peripécias da viagem em companhia do marido.
Isso tudo me trouxe recordações: em 1995 eu também estive na Chapada Diamantina. E, como Licia e Alvinho, também fui a Caeté-Açu, no Vale do Capão.
Anos depois, já no século seguinte, tentei uma vaga na equipe d'O Viajante, que selecionava colaboradores para a edição latinoamericana de seu guia de viagem. Como parte das provas de seleção escrevi um texto contando parte da viagem.
E não é que, coincidentemente, entre antigos guardados, dou com esse texto, do qual já nem me lembrava?
Ei-lo aí, então, sem nenhuma vírgula a mais ou a menos:

Uma viagem marcante
Depois de alguns dias em Lençóis com dois amigos, fazendo o que todo turista comum faz, decidimos ir ao Lothlorien.

Fica ali no coração da Chapada Diamantina, em pleno Vale do Capão. Rodeado de montanhas. Um espetáculo!
Mochilas no carro, mapa na mão e lá fomos nós, contrariando a todos a quem pedíamos informações. O caminho era ruim, diziam. Havia muitas pontes caídas. Resolvemos arriscar. Afinal, o verão de 1995 estava seco, não havia de ser um corregozinho que nos atrapalharia. E não foi mesmo.
As acomodações são bem rústicas. Sem luz elétrica. Mas também, pra quê? No céu a lua cheia iluminava tudo e fazia tanto calor que só um louco tomaria banho quente.
Na pousada, mantida por uma comunidade esotérica, as mulheres se encarregavam de tudo. Comida natural. Saudação ao Sol antes do café da manhã, runas, massagens, tarô.
Na primeira manhã, levando lanches especialmente preparados para caminhantes, nos dispusemos a enfrentar os 7 quilômetros de subida para a Cachoeira da Fumaça. Voltamos no final da tarde com os olhos cheios de belezas nunca vistas. A cachoeira, com quase 400 m de altura, estava meio seca, mas ainda assim era impressionante.

À noite, festa no povoado. Era a comemoração do dia do padroeiro: São Sebastião. Forró.
Mulheres dançando com mulheres, já que nesses povoados os homens são escassos. E a sanfona chorando...
Alguém nos disse que no quintal daquela grande casa na praça havia uma pizzaria. Fomos conferir. Nos acomodamos numa mesa embaixo das árvores. Nunca, em minha vida paulistana, havia comido uma pizza tão boa. Massa de farinha integral, recheio de legumes. Manjar dos deuses!
Dia seguinte, passeio às cachoeiras locais.

Lindas, totalmente inexploradas e desertas. Ali passamos parte do dia em companhia das mulheres e crianças da pousada, que nesse dia foram as nossas guias. À tarde, banho de rio. Todo mundo nu, claro!
Deixar o Lothlorien foi difícil. Mas, outras grandes aventuras nos esperavam e assim... mochilas no carro e mapa na mão, lá fomos nós rumo ao nosso próximo destino.
***
As fotos não são minhas, pesquei-as na net e nem sei quem são os autores. Aceito identificação...
Também na net encontrei mais algumas coisinhas interessantes:
  • o site do próprio Lothlorien;
  • o blog TaxiCidade, onde Andréa Menezes conta suas experiências recentes na região;
  • um estudo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFSC sobre ecovilas, onde o Lothlorien tem seu lugar.

quarta-feira, julho 08, 2009

Descobrindo um novo Rio de Janeiro


Foi assim: ficamos sabendo que Rita Ribeiro gravaria seu Tecnomacumba no Vivo Rio, no dia 3 de julho. Uma sexta-feira, ótimo dia para uma viagenzinha ao Rio de Janeiro.
No site da Gol, encontramos passagens baratinhas: R$ 49,00 cada trecho Guarulhos/Galeão. Compramos.
Na FNAC vendiam ingressos. Escolhemos uma mesa. Pista seria muito cansativo para nós...
Na internet, depois de muita pesquisa, encontramos o Hotel Golden Park com um precinho camarada para os padrões cariocas. Reservamos.
Tudo pronto!
Alguns dias depois veio a boa nova: Maria Bethânia faria uma participação no show. Atiramos no que vimos e acertamos no que não vimos!!!!!!!!!
Chegamos ao Rio na sexta-feira no final da tarde.
O Golden Park já nos reservava a primeira surpresa: nuvens de pernilongos em cada recanto do quarto. Ô delícia! Tivemos que comprar um "kit mata-bicho", daqueles que vão na tomada e espalham um não-sei-o-quê que dá fim aos indesejados insetos...
Lanchinho no Cervantes, banho e toca pro Vivo Rio, de táxi, cujo motorista deu uma volta enorme pra chegar ao destino... Ignorância ou sacanagem?
A mesa escolhida revelou-se impraticável: loooonge do palco, num cantinho...
Nos mudamos para a pista, bem pertinho do palco, antes mesmo do início do show, escoltadas por Leo e Alex, amigos nossos.
O show, nem é preciso dizer, foi m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-o! Fotos? Muitas!
As minhas:
Rita Ribeiro - Tecnomacumba
As da Ana:

Tecnomacumba

A tão esperada participação de Bethânia não foi lá essas coisas: cantou apenas meia música, numa entrada meio confusa.

Muita gente gravou o encontro. Uma busca no youtube resultará em inúmeros registros. Deixo um, pra quem estiver curioso, feito pelo Alex: Rita Ribeiro e Maria Bethânia .
Na manhã do sábado saímos rumo a Copacabana.
Uma passadinha na Modern Sound e outra na Rebecca Barreto - pra comprar umas roupinhas...
Depois água de coco na praia e almoço na Polonesa, com Monica.
Animada, Monica já tinha programa pra depois do almoço: festa junina no Baixo Leblon. Fomos!
E aí começaram as descobertas. Eu nunca tinha ido ao Baixo.
Apesar da garoa que teimava em cair, a festa estava animadíssima. Ana e Monica se aventuraram nas barraquinhas e ganharam um monte de prendas interessantes.
Depois um cafezinho no Severino, café da Livraria Argumento, logo ali em frente ao local da festa.
Um passeio pela Rua Dias Ferreira me mostrou um Rio que eu, acostumada às ruas de Copacabana, não conhecia. Bons restaurantes, lugares moderninhos, gente bonita. Muito movimento!
O jantar foi no Zona Sul, um supermercado... Pasmem, ali tem uma pizza deliciosa. Nada como estar com gente da terra. Obrigada Monica!
Mais um cafezinho no Cafeína ali do Leblon e voltamos pro hotel.
Já era tarde, estávamos cansadas. Mas o Golden Park nos reservava uma segunda surpresa: em algum lugar ali por perto havia uma festa. Mas não era uma festinha à toa. Era mesmo uma FESTA!!!! Com som suficiente pra fazer tremer as janelas do nosso quarto. Em dois telefonemas à recepção, ficamos sabendo que a "coisa" acontece sempre e vara a noite... Dormimos, ou tentamos dormir, "embaladas" por esse tum-tum-tum.
Dá pra entender agora porque o preço do Golden Park é tão convidativo?
Dia seguinte, de mala e cuia, saímos do hotel com Monica, rumo a Santa Teresa.
Leo já nos havia dito que o bairro estaria animado com o evento "Santa Teresa de portas abertas" e Monica propôs o passeio. Topamos!
Mais descobertas de um Rio de Janeiro desconhecido. Santa Teresa é tudo de bom! Pelo menos em dia de festa...
Mal chegamos e já encontramos, casualmente, Regina e Daniel, amigos de Monica. Daniel é morador de Santa Teresa. Sorte! Andamos pra lá e pra cá ciceroneadas por eles.
Terminamos o passeio almoçando no Térèze, restaurante do Hotel Santa Teresa. Comida boa, vista linda!
Monica nos deixou no Santos Dumont e de lá tomamos o ônibus para o Galeão.
Chegamos em casa de noitão.
Quero voltar logo ao novo Rio de Janeiro!
Fotinhos simples...
Rio de Janeiro 2009


quinta-feira, julho 02, 2009

Chico César tri-campeão

"Acho que esse prêmio é raçudo. Foi trocando de patrocinador, depois perdeu e mesmo assim continuou. E tem que continuar independentemente de tudo, porque a música também continua." (Chico César, sobre o Prêmio da Música Brasileira - 2009)

(Foto: Mônica Imbuzeiro)
Nesse 2009, o já famoso Prêmio da Música Brasileira, que já foi Sharp, Caras e Tim, quase não aconteceu... por falta de patrocínio!
José Maurício Machline, no entanto, não deixou a peteca cair e o evento aconteceu no 1º dia desse mês de julho.
Entre os indicados, Chico César aparecia em três categorias:

CATEGORIA REGIONAL

MELHOR DISCO

· ‘Francisco forró y frevo’, de Chico César, produtores BID e Chico César (EMI)

· ‘Cantar Caipira’, de Pena Branca, produtores Pena Branca e Ricardo Zohyo (Velas)

· ‘Cidade e Rio’, de Roberto Mendes, produtor Roberto Mendes (Biscoito Fino)

MELHOR CANTOR

· Chico César (‘Francisco forró y frevo’ – EMI)

· Pena Branca (‘Cantar Caipira’ – Velas)

· Zé Paulo Medeiros (‘Cine Mazzaropi’– Brazil Música!)

CATEGORIA PROJETO VISUAL

ARTISTA

· Chico César, disco ‘Francisco forró y frevo’ – Adams Carvalho (EMI)

· Ney Matogrosso, disco ‘Inclassificáveis’ – Cássia D´elia (EMI)

· Omara Portuondo e Maria Bethânia, disco ‘Omara Portuondo e Maria Bethânia’ – Gringo Cardia (Biscoito Fino)

Levou os três! É mole?

E teve suas palavras registradas pela TV IG logo depois da premiação:

Parabéns, Chiquinho!