segunda-feira, junho 20, 2016

Dia cheio em Pequim

Você que já leu os posts onde eu contei sobre a nossa chegada a Beijing e o nosso primeiro dia por lá, já sabe que o nosso guia não estava para brincadeiras, né? 

Quem, como nós, inocentemente, leu a programação para esse segundo dia na capital chinesa poderia ter a impressão de um dia tranquilo. 

Pelo que se lia ali, visitaríamos a Praça da Paz Celestial, a Cidade Proibida e o Palácio de Verão da Dinastia Qing. E para a noite, jantar especial e Ópera de Beijing. 

Beleza, dia movimentado + descansinho + banho + roupinha bonita pro programa noturno.

Rá, doce ilusão!

O dia começou cedo. Para estarmos a postos, já no ônibus, às 8h, fomos despertadas às 6h30. 

Já no café da manhã no Xiyuan Hotel, tivemos a primeira surpresa: você se levantava da mesa para ir ao buffet buscar uma ou outra comidinha interessante e... quando voltava, cadê a sua mesa? Pois é, o salão era giratório e a mesa fugia dos turistas comilões!

No horário marcado estávamos quase todos sentadinhos no ônibus. O casal que se atrasou foi severamente advertido e ninguém mais ousou se fazer esperar nos próximos dias.

O objetivo era chegar cedo ao local das visitas para evitar as multidões. E lá fomos nós, enfrentando o trânsito maluco, por aproximadamente 10km, até a impressionante Tian'anmen, a Praça da Paz Celestial.

Como é a praça, todo mundo sabe (e quem não sabe pode pedir pro tio Google mostrar), mas o que talvez alguns de vocês não saibam é como se sentem  simples mortais como nós ao botarem o seus pezinhos lá. Gente, tivemos que nos beliscar para ter certeza de que estávamos mesmo vivendo aquilo.


Andamos tudo o que pudemos naquele chão, durante o tempo que o guia nos concedeu. Chegamos o mais perto possível do mausoléu do camarada, tiramos fotos de tudo, admiramos de longe o monumento aos heróis do povo, andamos de um lado pro outro, encantadas com tudo. Havia bandeiras, luminárias e grades, muitas grades.


Parecia que teríamos um tempão, mas passou tão depressa! E, para não sermos protagonistas de nenhuma advertência, no horário marcado já estávamos no ponto marcado para o encontro: num ponto da praça justo em frente à entrada da Cidade Proibida.


Entramos pelo portão Tian'anmen, aquele que tem aquela fotona do Mao. E foi mais um deslumbramento, de outra ordem.

Na praça, o despojamento. No palácio, o luxo

A sequência de pátios e prédios, os detalhes de cada telhado, de cada escultura, de cada porta... vimos tudo o que pudemos, ao longo de aproximadamente um quilômetro de caminhada, parando aqui e acolá para um encontro com o guia e a atenção às informações que ele dava.

Imagem de China Tour Guide

A visita rendeu muitas emoções e montanhas de fotos. Abaixo estão algumas. E no álbum ao fim do post, outras tantas.
 

Saímos, pela Porta da Vontade Divina, do lado oposto à da entrada, logo depois do Jardim Imperial. Na saída, enquanto o guia dava as últimas informações, um pequeno grupo de chinesas se espantou com a língua falada (quase espanhol!). Eram três chinesas, de diferentes idades. A mais velha se encantou com Ana. Entre gestos e risos, tiraram algumas fotos juntas:


Pois bem, o périplo matinal durou mais de quatro horas. Dali fomos para o nosso primeiro almoço coletivo. O restaurante, ninguém sabe qual era. Chegamos e já havia mesas reservadas para o grupo. Daquelas redondas, giratórias, que veríamos à exaustão nos próximos dias. E como estávamos só começando, achamos a mesa divertida e a comida deliciosa...

Hora da sesta? Que nada. Hora de passear de triciclo pelo hutong. Se você voltar ao terceiro parágrafo desse post verá que esse tour não estava na programação. Não sei se alguém percebeu a troca, eu só vi bem depois. A verdade é que houve uma alteração no planejamento e a visita ao palácio de verão foi alternada com o passeio de tuc-tuc que estava previsto para o último dia em Beijing.


Assim, empoleiradas aos pares em triciclos pedalados por esforçados chineses, lá fomos nós percorrer o hutong, isto é, ruas estreitas e emaranhadas, com casas simples e antigas, de um dos velhos bairros da cidade.


Há vários hutongs em Pequim. Se alguém nos contou o nome do lugar por onde andamos, eu não ouvi, ou não me lembro. Mas pesquisando, depois, acho que estivemos no Xicheng Distric, numa região chamada Shichahai, que é uma área histórica a noroeste da Cidade Proibida. Comparando fotos, digo que depois de percorrer o hutong local, nossos triciclistas nos levaram às margens do Lago Houhai.


Terminado o circuito, fomos às compras. O destino era o Hong Qiao Pearl Market: o Mercado da Pérola. Pérola? Sim, vendem pérolas por ali, mas o que mais interessa  mesmo são os eletrônicos, roupas, malas, presentinhos e bugigangas em geral. O nome comum desse tipo de negócio é mercado de imitações.

No caminho, Li, o guia, nos deu dicas do que poderíamos comprar sem medo e nos aconselhou a fugir dos eletrônicos. Também nos falou sobre a arte da pechincha: os preços pedidos inicialmente poderiam cair a um quarto, dependendo da perícia e paciência do comprador. Demos uma olhada em tudo e compramos pouco. Mas tudo foi devidamente pechinchado.

Dentre as traquitanas compradas no mercado de imitações, estavam pauzinhos tipo hashis, de plástico e com um bonequinho de borracha unindo os dois, o que facilitava muuuuuuiiiiito o uso dos dito cujos. Olhaí a Rose usando os dela no jantar pré-ópera:


Sim, depois das compras fomos directo e recto para o jantar, onde nos sentamos mais uma vez em volta de uma mesa redonda giratória, com cardápio semelhante ao do almoço, ao som de uma amostra do que deveria vir em seguida: o espetáculo de ópera.

Notaram que não houve intervalo entre as atividades do dia? Foi assim, mesmo. Com as mesmas roupinhas que vestimos de manhãzinha, passamos o dia de déu em déu e chegamos ao Liyuan Theatre para a ópera.

A apresentação foi bem melhor que o aperitivo que tivéramos no restaurante. Era claramente um espetáculo para turistas, de autenticidade duvidosa, com muitas cores, legendas em inglês, acrobacias,  mas o cansaço do dia nos impediu de aproveitar mais a exibição.

Do teatro voltamos, finalmente ao hotel. Ufa, que dia, senhores!

Aí mais algumas fotinhos dessa movimentada jornada:

Beijing


4 comentários:

  1. Carmem
    Eu já havia visto as suas fotos da Cidade Proibida, cujo blog você deixou aberto naquele dia. Realmente muito bonitas ! Será que aquelas letras miudinhas da planta quadrada da Cidade, não fazem menção ao Templo do Céu, que eu juro ter visto ,no local, há 29 anos ?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Hum... parece que não. Clicando no "China Tour Guide" abaixo do mapa abre-se a imagem ampliada e não há mesmo nenhum Templo do Céu.

      Excluir
  2. Menina, fiquei cansada só de ler... Não imagino que conseguiria acompanhar, mesmo com meu par de pezinhos extra. Acompanhei com muito interesse a viagem de vocês, pois gostaria muito de ir à China. Estava me devendo ler com calma estes últimos posts. Gosto muito da maneira como descreve suas experiencias viageiras. Abs

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Entao, Flora, oa dias foram bem cheios. Quase todos nessa toada maluca de sair cedo e voltar de noitão, sem intervalo. Cansativos, sim, mas deliciosos.
      E quanto à dificuldade para acompanhar, acho que você não teria e até poderia deixar seus pezinhos extras de folga, porque não havia muito o que caminhar, nem terrenos difíceis. Eram andanças curtas em lugares fáceis e/ou compras, cada um no seu ritmo. Vá, sim, você vai gostar e vai dar conta de tudo... até que uma pequena caminhada ascendente na famosa muralha. Essa sim é mais difícil. Vou contar aqui um dia desses.

      Excluir